Uso de Prótese e Reabilitação no Animal Amputado

Autor(es): Brenda Costa Silva e Magda Francisca Gonçalves Roc

Publicação Original: http://www.icbs.pucminas.br/coloquios.php?var=1

Data da Publicação: 21/04/2011

A preocupação com a reabilitação de humanos amputados existe desde 500 A.C. e, recentemente, essa preocupação vem se estendendo para a Medicina Veterinária.

No Brasil são escassas as pesquisas em reabilitação de animais com próteses, devido ao número restrito de profissionais experientes nesta área. Ressaltando a importância da interdisciplinaridade, os cursos de Fisioterapia e Medicina Veterinária da PUC Minas Betim realizam o projeto - Uso de prótese e reabilitação no animal amputado – que visa colocar em prática a protetização e realizar o treino funcional de animais amputados. Participam do Projeto o aluno de Fisioterapia, Rafael Concesso, as acadêmicas do curso da Veterinária Brenda Costa - Responsável pelo Projeto - Franciany Salustiano e Marília de Oliveira, supervisionados pelas Prof. Dra. Magda Rocha e Prof. Dra. Ana Paola Brendolan.

Este projeto foi desenvolvido com um cão SRD (Sem Raça Definida) abandonado no Hospital Veterinário da PUC- Betim, em junho/2010, que apresenta amputação de membro posterior direito, ao nível da tíbia.
 

Figura 1

As etapas de implantação do projeto incluem análise radiológica do membro amputado e do animal como um todo, aplicação de ferramentas fisioterápicas, como a goniometria (mensuração da amplitude articular) a avaliação estática e dinâmica da marcha do animal e a confecção de molde (gesso) do coto que irá receber a prótese (fig.1).

Após essa análise do animal, a etapa seguinte consiste na adaptação do animal e do membro amputado para implantação da prótese. A prótese ideal deve ser resistente a impactos e à água, leve, de baixo custo, e esteticamente aceitável.

Figura 2

A partir do molde de gesso, a prótese foi confeccionada em material termomoldável e aço galvanizado, e posteriormente adaptada ao corpo do animal com tirantes de tecido e fivelas (fig. 2). Adaptações na prótese são realizadas de acordo com as demandas observadas nas sessões diárias de reabilitação. Como coadjuvante à protetização e utilizando os diversos recursos fisioterápicos disponíveis será promovida analgesia, ganho de amplitude de movimento (ADM), fortalecimento de grupos musculares, prevenção de patologias ortopédicas, promoção da independência das atividades diárias do paciente e melhora global da qualidade de vida e estética do animal, seguindo a tendência da crescente humanização dos animais de companhia.

Portanto o objetivo maior do projeto é divulgar a possibilidade de utilizar com segurança e em maior escala próteses em animais amputados, diminuindo, assim, o número de eutanásias realizadas por proprietários incrédulos em condutas expectantes.

Brenda Costa Silva é filha do nosso ilustre conterrâneo e colaborador do blog Lucas Donizete da Silva.