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sábado, 26 de maio de 2012

CUBERTA DE MULAMBO

Este é o meu poema que o Tunico Moura sabia de cor. Acho-o muito longo para as mídias eletrônicas (e para ser decorado). Mesmo assim, decidi postá-lo, já que temos falado muito em Linguagem “Caipira”. Seria também uma homenagem ao Tunico e, já que estamos em maio, "mês das mães", a todas as mães sertanejas. Catulo da Paixão Cearense, Patativa do Assaré e tantos outros já registraram muito bem o jeito de falar e de pensar do homem do campo. João Guimarães Rosa, Manoel de Barros e Romério Rômulo já atingiram a perfeição no uso criativo desta linguagem. Então fiz este poema (um metapoema, na verdade), fazendo uma passagem da linguagem sertaneja para a Linguagem Padrão. Veja o efeito disto. 


CUBERTA DE MULAMBO

A muié do sertanejo, pur pricisão,
sabe tudo apruveitá.
Até memo os resto de ropa,
os carção qui furô nas popa,
ela gosta de guardá.

Dispois, cuma tisora,
tira as gola, as fralda e as barra,
qui é as parte mais dura,
muito cheia de custura,
qui num rasga nem na marra.

Do saco de retaio faiz a tuia
e, dispois, nas forga do trabaio,
ela num discansa nem imbruia:
vai rasgano os retaio.
Pede pra num arrepará
e, inquanto vai prusiano,
rasga o verbo e rasga os pano.

E quando o saco de retaio já tá bem cheio,
ela junta cuns nuvelo de linha
de argudão ganga, ô branco, ô vermeio,
ô de quarqué cô, de tinta de latinha,
ô tingido cum anil, qui mandô rancá
e leva tudo pra tecedera qui tem um tiá.

E a tecedera tgece fio pur fio,
pra num dexá ninhum bambo.
Trabaia, trabaia a fio
até tecê a cuberta de mulambo.

É uma buniteza qui num tem tamãe:
os mulambo qui num prestava mais
vai sê um agrado pra cumade ô pra mãe,
agora na forma de cuberta colorida.
Ô intão vai isquentá, no frio do gerais,
os fio do sertanejo, pur toda vida.

Se a muiá dá a cuberta pra arguém lá da roça,
aí ela vai imbuiá arguém, numa paioça,
qui é pra isso qui serve uma cuberta:
Cubri arguém quando o frio aperta.

Mas, se pur um acaso ela é dada de agrado
pra uma muié rica que veio da cidade passiá,
ah, intão ispia só qui pecado,
ela fica na parede, ô no chão pros ôto pisá.
Cum a maiuria fazeno pocaso,
dizeno qui a cuberta é sinale de atraso.

Ah, mas vorta e meia argém recorda cum prazê
de tudo qui acunteceu pra fazê uma cuberta.
Rasgá retaio, fiá argudão, levá pra tecê.
Até os pedaço da camisa qui comprô pra festa
tá ali, ajudano no feitio do agasaio.
Agente 'té isquece o tanto qui deu trabaio.

De veiz im quando a gente vê falá
de arguém qui foi pra cidade istudá,
qui já até tirô o quarto ano,
e, memo assim, segue istudano
e se aprepara pra casá
cum rapaiz qui tamém já tá formano.

Pois é essa moça, formada e bela,
qui toda noite pede pra Dona Rosa,
a dona da pensão onde ela posa,
pra num dexá de pô na cama dela
uma cuberta de mulambo, bem grossa,
iguale as qui ela usava na roça,
pois só consegue durmi cum ela:
nem siqué cuchila, minha Nossa,
sem os caroço de mulambo nas custela.

E eu
filho do meu sertão
vivi suas belezas penúrias intrigas
ouvindo suas histórias com atenção
ajudando minha mãe
a rasgar molambos
fui me envolvendo com outras vidas
engolido pelo sistema.
Me deslumbrei com outros lemas outras lidas
frequentei escolas me dessestruturei me decepcionei sofri
me reencontrei fui feliz relutei resisti -
“foi peta”: acabei virando poeta.

Hoje
nesta outra sofrida função
de juntar versos rijos aos bambos
vejo
que na minha transformação
fiquei feito um tecelão
de cobertas de molambos.

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

MG-415 Asfalto Já - Projetos de Engenharia do Programa Caminhos de Minas em Andamento

Vários Projetos de Engenharia do Programa Caminhos de Minas, do Governador Antônio Anastasia, passaram neste mês ao status de "Em Andamento", em "Revisão" ou "Concluído". Inicialmente o programa "Carro Chefe" do atual Governo de Minas Gerais lançado em meados de 2010, visava atender a 221 Municípios, mas ao longo dos dois anos que se passaram foram incluidos mais algumas cidades e atualmente pretende beneficiar cerca de 303 Municípios.

O asfaltamento da MG-415 no trecho que liga Morada Nova de Minas à BR-040 (conhecido como estrada da balsa) é um sonho antigo da comunidade daquela cidade e sem sombra de dúvida seria o maior passo rumo a desenvolvimento do município conhecido por ser a terra do gás natural, mas que também tem enorme vocação e potencial para o turismo ecológico que poderá ser explorado a partir da facilidade do acesso.

A cidade, que ficou esquecida por mais de meio século (desde a sua inundação quando da construção da Hidrelétrica de Três Marias até a descoberta do Gás Natural), foi incluída no Programa Caminhos de Minas, levando esperança de melhoria na qualidade de vida do seu povo com a expectativa de progresso e desenvolvimento através do asfaltamento dos 38 km de estrada de terra que serparam o município da BR-040, mas, mais uma vez vai sendo deixada de lado. Por que será? Por falta de sensibilidade das autoridades superiores ou por incompetência das autoridades locais?

Até quando vamos ficar a ver navios, ou melhor, a ver balsas e poeira ou lama?




segunda-feira, 21 de maio de 2012

Juristas aprovam inclusão de crimes cibernéticos no Código Penal

Brasília – Usuários da internet que usarem perfis falsos em redes sociais ou correspondências eletrônicas (e-mails), por exemplo, poderão ser enquadrados como crimes de informática passível de seis meses a dois anos de pena de prisão. A pena integra o elenco de propostas de aperfeiçoamento do Código de Processo Penal, sob a análise de juristas nomeados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O resultado desse trabalho será encaminhado para a análise dos parlamentares na forma de um anteprojeto de lei ainda neste semestre. A proposta, aprovada em reunião da comissão de juristas, hoje (21), prevê o aumento de um terço da pena se, pela internet, o perfil falso causar prejuízos a terceiros. O relator da comissão, procurador Luiz Carlos Gonçalves, acrescentou que os hackers, especialistas em informática capazes de modificar programas e redes de computadores, merecerão um capítulo à parte no anteprojeto.

Recentemente, a atriz Carolina Dickman teve fotos íntimas veiculadas em páginas da internet. Casos como esse terão pena de dois anos de prisão acrescido em um terço pela utilização da rede mundial de computadores. Os juristas ainda analisam a penalização de crimes mais graves, como o acesso indevido de dados comerciais protegidos.

Os juristas também aumentaram penas para qualquer pessoa que, de posse de informações de processos judiciais que correm em segredo de Justiça, sejam divulgados à imprensa. A quebra do segredo de Justiça – como sigilos fiscal, telefônico e bancário – pode passar de dois a quatro anos de prisão para dois a cinco anos de prisão.

"O foco da criminalização não é o trabalho da imprensa que noticia um fato que chegou ao conhecimento dela. O regime constitucional de liberdade de imprensa, de proteção do sigilo da fonte, nos impediria de agir de forma diversa", disse o relator da comissão de juristas. Luiz Carlos Gonçalves ressaltou que esse tipo de crime já está previsto na Lei de Interceptação, mas a ideia é tipificá-lo no Código Penal. Pelo que foi aprovado hoje, caso os dados vazados sejam veiculados em meios de comunicação, a pena de dois a cinco anos será aumentada em um terço.
 
Outro tema apreciado na reunião foi a corrupção no setor privado. O procurador Luiz Carlos Gonçalves disse que a lei atual prevê o crime nesse setor somente quando existe o envolvimento de funcionário público. A proposta é tipificar, por exemplo, o funcionário do setor de compras de uma empresa privada que recebe vantagem indevida para beneficiar determinado fornecedor. "Estamos adequando nossa legislação ao parâmetro internacional de corrupção privada", observou o relator da comissão de juristas.

Fonte: Agência Brasil

- Dei e Dô, e Bem -

Além das mangas, abacates, goiabas, cajus, bananas, cidras, Cidas, Stelas, Fátimas, Ritas, Marias, Madalenas, Telmas, Tânias, Terezinhas e outras Zinhas - para citar só um gosto, coisa boa que Morada Nova dá são os apelidos.

Tem apelido pra todo mundo. Alguns são até uma boa recomendação: Chico Bão. Mas há outros que não recomendam muito bem o dono: Pedro Ruim (mesmo sabendo que ele era gente boa).

Tem apelido que dá até vontade na gente de ter: Bom Minino, Badalo...

Às vezes a história da origem do apelido é tão boa quanto o próprio. Às vezes, até melhor. Mas há muitos deles que não têm ou já foi esquecida a origem. É o caso do tocador de baixo da banda da terra. Ele se chama Geraldo, mas, não se sabe porque, tem o apelido comprometedor de Dei.

Outro apelido ruim de falar vem de Abaeté e tem uma história comum: é uma redução do nome. O dono dele se chama Salvador. Coloquialmente, o povo diz Salvadô. Em casa, ficou sendo Dodô. Com mais uma redução o apelido ficou mais interessante que a sua origem comum, por comprometer a todos que o pronunciam: Dô.

Imaginem se estes dois resolvessem formar uma dupla de violeiros. Quanto constrangimento para os apresentadores que fossem anunciá-los:

- Dei e Dô! Vamos aplaudir!

Uma saída seria o disc-jóquei procurar cumplicidade, comprometendo também a platéia:

- Com vocês, Dei e Dô!

Voltando ao jeito coloquial do povo falar, imaginem o sofrimento dos sobrinhos destes dois. Os mineiros reduzem a palavra Tio a um “Ti”, colado ao nome. Daí já se pode ver os coitadinhos exclamando “Ti-Dei! Ti-Dô!”

É bem verdade que tem gente que não se importa. Há até quem goste de chamá-los assim, mesmo sem ter qualquer parentesco com eles. Mas preferência é preferência e gosto não se discute. Por isso, deixem os senhores Geraldo e Salvador (uma dupla de quem não dá pra falar os apelidos) para lembrar um outro moradense de apelido complicado - o Bem.

Não se sabe a origem deste apelido, mas é certo que ele já provocou muito ciúme na mulher dele, afinal, ela tudo bem, mas toda hora vir alguém chamando-o de bem...

Estão rindo, não é? mas já pensaram que suas mulheres (ou mesmo seus maridos) também o tratam assim?

Conforme já foi dito, não é conhecida a história desse apelido, mas tem uma história que nasceu dele.

Era o casamento do Itamar da Da. Rita do Alvimar. Algumas pessoas estavam reunidas para irem juntas para a festa. Entre elas, o Manuel e o bem... Aliás, o Bem.

Este, porém, resolveu ir rompendo. Ao sair, pediu ao Manuel que avisasse aos companheiros que se encontrariam lá na festa.

Foi aí que chegou o Moacir. Fez a cortesia de cumprimentar todo mundo, pegando na mão de cada um. Conversou um pouco. Fez suas caçoadas. Ouviu uns caçoos. Riu grosso, depois disse que já tinha de ir, pois precisava pegar o bem para ir à festa do casamento.

O Manuel, atencioso como é, correu em explicar que o Bem mandou avisar que já tinha ido e ia encontrar todo mundo lá. O Moacir exclamou meio perguntando um Ah, é?, deu um risinho e ficou por ali. Daí a pouco, ele vem de novo dizendo eu já vou, pra pegar o bem pra ir à festa. Já meio encabulado, mas sem perder a finura, o Manuel tornou a repetir o recado: Ele mandou falar que já foi... Que encontra com a gente lá...

“Seo” Moacir ficou um pouco impaciente. Puxou a calça pra riba. Enfiou a mão dentro, consertando a camisa com pressa. Virou de lado e falou pra primeira pessoa que encontrou: Eu vou buscar o bem...

A esta altura, a timidez do Manuel já era vergonha. Ele ficou vermelho, pensando que ia ter que falar alto, mas não podia deixar a peteca cair. Puxou o ombro do Moacir e respirou fundo pra repetir o recado.

Não foi preciso: Seo Moacir já virou falando e esclarecendo o mal entendido:

- Eu vou lá na MINHA casa, pegar o MEU bem, pra a gente ir pra festa.

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Eleições 2012 - A importância do voto!


Lei de Acesso à Informação (LAI)

A Lei de Acesso à Informação (LAI), que entra em vigor na próxima quarta-feira (16), representa um grande avanço na transparência do poder público brasileiro, por ter como pilar o princípio da publicidade máxima. A publicidade passa a ser a regra; o sigilo, a exceção.

A norma vale para todos os órgãos públicos da administração direta dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e do Ministério Público; além de autarquias, fundações e empresas públicas e sociedades de economia mista.

De acordo com a Lei 12.527/11, informações de interesse público devem ser divulgadas, independentemente de solicitação. Os órgãos públicos devem disponibilizar na internet informações institucionais como estrutura organizacional, horário de funcionamento, telefones, programas e ações, resultados de auditorias, convênios, licitações, contratos, despesas, remuneração de servidores e perguntas mais frequentes.

Qualquer pessoa pode pedir informação, sem apresentar justificativa. Basta cumprir dois requisitos: identificar-se e especificar a informação requerida. Outra grande inovação é a fixação de prazo para atendimento da solicitação, quando o acesso não puder ser imediato: 20 dias, prorrogáveis justificadamente por mais dez dias, com ciência ao requerente.

Oportunidades na Bacia do São Francisco

Minas Gerais está muito perto de conhecer o volume de gás disponível em pelo menos um dos 39 blocos que hoje exploram a bacia do São Francisco. O consórcio CEBASF, responsável pelo bloco 132, composto pela Orteng, Codemig, Delp e Imetame, já apresentou resultados de estudos realizados na região de Morada Nova de Minas que indicam a presença de 176 a 194 bilhões de metros cúbicos de gás. O volume exato deverá ser conhecido até o segundo semestre deste ano, segundo informou a superintendente de Política Energética da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Marina Meyer Falcão, durante reunião, hoje (11), do Comitê de Petróleo e Gás da Câmara de Energia da Fiemg.

A bacia tem extensão de 350 mil quilômetros quadrados. Desses, quase 120 mil estão em concessão. O bloco 132 é, de acordo com Meyer, o que apresenta trabalhos mais avançados. Considerando as perspectivas de exploração econômica do gás na região, Meyer apresentou aos empresários o plano diretor do gás natural na bacia do São Francisco, elaborado pela Secretaria. O objetivo desse estudo é orientar as empresas sobre como investir na bacia e desenvolver a indústria local. Visa ainda a esclarecer sobre arrecadação de royalties, custos de produção e venda e possibilidade de implantação de arranjos produtivos locais.

A demanda de Minas por gás natural triplicou nos últimos 10 anos, mas a rede de distribuição ainda é baixa, de acordo com Meyer. Para o professor Cláudio Pinho, que também participou da reunião na Fiemg, o momento é oportuno para o estado. “O mercado americano vai melhorar e o ajuste na política econômica brasileira está acontecendo em um momento fundamental para o setor. Falta Minas dar o pontapé inicial”, afirmou. Na sua opinião, Minas Gerais está vivendo seu terceiro ciclo de riqueza. Primeiro foi o ouro, depois o aço. Agora é a vez do gás”.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Shell pretende iniciar perfurações em MG para explorar gás

A Shell concluiu a operação sísmica na Bacia de Francisco (MG) e deverá iniciar as perfurações em busca de gás no início do ano que vem. Segundo o presidente da petrolífera no Brasil, André Lopes de Araújo, a contratação da sonda de perfuração está sendo analisada pelos membros da Shell para começar a exploração de gás na região. Nos próximos 18 meses a empresa espera realizar entre 8 a 12 operações de poços no país, informou André Lopes.

"Nesse projeto [na bacia de São Francisco], acabamos de terminar a sísmica e ainda estamos analisando o resultado para definir a melhor localização para fazer a primeira perfuração", disse Araújo, que esteve presente ontem (08), no seminário sobre gás natural, do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), no Rio de Janeiro.

Preferindo não informar quais serão os próximos campos de exploração da petroleira anglo-holandesa, o presidente Araújo, informou que os blocos serão distribuídos pelos locais de exploração e produção do país, incluindo os campos de Bijupirá & Salema, e o Parque das Conchas - ambos na Bacia de Campos, além do bloco BMS-54, localizado na Bacia de Santos.

A Shell identificou recentemente hidrocarbonetos no bloco BM-S 54, no pré-sal da Bacia de Santos, onde atua em parceria com a petrolífera francesa Total. A empresa está analisando os testes realizados na região e estuda a possibilidade de realizar novas perfurações. Contudo, a certeza de que o bloco BM-S 54 não está seco, existe uma grande possibilidade de exploração de gás, garantiu Araújo.

O presidente da Shell preferiu não adiantar nenhum resultado encontrado, até o momento, na localidade. De acordo com Araújo, a demora na confirmação da 11ª rodada de licitações da ANP não faz com que o interesse da Shell no mercado brasileiro esteja regredindo. O presidente disse que o Brasil é estratégico e a Companhia não fará diferenciação de investimentos entre gás, ativos onshore e offshore, pós ou pré-sal.

Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

Extração de gás no São Francisco começa em 2013

Exploração abrirá caminho para Shell, que produz apenas óleo no Brasil.
 
A Shell anunciou ontem que fará as primeiras perfurações na bacia do São Francisco, em Minas Gerais, no início de 2013. A empresa encerrou, no fim de abril, a operação de sísmica em seu projeto, informou o presidente da companhia no Brasil, André Lopes de Araújo. A petroleira analisa agora os resultados para definir os locais dos primeiros furos. A Shell está em fase de contratação de sonda para operar no local.

A exploração na bacia do São Francisco pode abrir o caminho para a produção de gás pela Shell no Brasil, onde a companhia produz apenas óleo. Neste ano, a companhia deve ter, pela primeira vez, uma produção de gás superior à de petróleo no mundo. "Essa é uma tendência", disse.

Atualmente, cerca de 12 empresas exploram 39 blocos na região. Há pouco mais de um mês, o governo mineiro divulgou o "Plano Diretor para a Exploração de Gás Natural na Bacia do São Francisco", financiado pela Cemig, que identificou um potencial de consumo de 37 milhões de metros cúbicos (m3) por dia em Minas Gerais.

O volume eqüivale a 12 vezes os 3 milhões de m3 consumidos hoje em Minas Gerais. Segundo o estudo, tem capacidade para recolher R$ 480 milhões por ano em royalties para o Estado e municípios onde esse gás será explorado.

Se confirmado o potencial de produção, Minas pode passar de Estado importador de gás para exportador. Com o aumento da demanda, o preço cairia pela metade, elevando a competitividade.
 
FONTE: O Tempo (MG)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cisco e Shell vão perfurar poços na Bacia do São Francisco

Trabalhos consistem na terceira e mais longa fase da perfuração, onde a sonda deve atingir 1.500 metros de profundidade. Em Morada Nova de Minas, empresas intensificam pesquisas para exploração de gás natural.

Em até 15 dias, a Cisco Oil and Gás, subsidiária da Gávea Oil and Gás, vai reiniciar a perfuração do bloco exploratório 133, na Bacia do São Francisco, em Morada Nova de Minas, região Central do Estado. Os trabalhos consistem na terceira e mais longa fase da perfuração, onde a sonda deve atingir 1.500 metros de profundidade. As informações são do analista operacional da empresa, Rafael Neiva. Nesta terça-feira (8), a Shell informou que pretende iniciar as perfurações em 2013.

A Cisco extrapolou o prazo de exploração acordado com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que venceu em 12 de janeiro. Já foi negociada a prorrogação e a sonda que foi contratada para prosseguir com as atividades está em fase de montagem. “A expectativa é atingir a profundidade final do poço em 30, 40 dias, mas isso ainda depende da formação geológica das rochas”, afirmou Neiva.

De acordo com ele, já foram perfurados 400 metros nas fases 1 e 2 e não houve indício da existência de gás natural, o que estaria dentro do previsto pela pequena profundidade. Esse bloco é o único que a companhia possui na Bacia do São Francisco.

Além da Cisco, outras empresas, como o consórcio Cebasf, liderado pela Orteng, a Petra Energia, a Petrobras e a Shell estão em busca de bolsões de gás no São Francisco, em uma área que se estende da região Central à Norte de Minas Gerais.

A Shell encerrou no fim de abril a operação de sísmica em seu projeto onshore na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, informou o presidente da companhia no Brasil, André Lopes de Araújo. A petroleira analisa agora os resultados para definir os locais das primeiras perfurações na área, previstas para o início de 2013.

A Shell está em fase de contratação de sonda para operar no local, disse Araújo. A exploração na Bacia do São Francisco pode abrir o caminho para a produção de gás pela Shell no Brasil, onde a companhia produz apenas óleo. Em 2012, a companhia deve ter pela primeira vez uma produção de gás superior à de petróleo no mundo. “Essa é uma tendência”, disse Araújo.

Recentemente, a empresa identificou hidrocarbonetos no bloco BM-S-54, no pré-sal da Bacia de Santos, onde é parceira da Total. Após concluir testes de produção na região, a companhia estuda a necessidade de fazer novas perfurações. “Poço seco não é”, garantiu o presidente da Shell, que preferiu não adiantar os resultados dos testes.

Nos próximos 18 meses a Shell projeta perfurar entre 8 e 12 poços no Brasil, a maioria ligados à atual produção da empresa no país. As perfurações serão realizadas no BC-10 e Bijupirá & Salema, ambos na Bacia de Campos, e no BM-S-54.

Araújo citou os investimentos na fase 2 do Parque das Conchas (BC-10), na Bacia de Campos. Ele afirmou que a Shell não contratará um segundo FPSO para a expansão da produção no BC-10 “Não vamos adiantar dados de produção, mas queremos recuperar a produção perdida à medida que os poços originais vão sendo consumidos”, disse o executivo, que participou do 13º Seminário sobre Gás Natural do IBP.

Segundo Araújo, a demora na 11ª rodada de licitações da ANP não reduz o interesse da Shell pelo mercado brasileiro. Segundo ele, o país é estratégico para o grupo que não fará distinção entre gás, óleo, ativos onshore, offshore, pré ou pós-sal. “O Brasil é um país que tem demonstrado respeito às regras e está extremamente bem rankeado nos planos do grupo”, disse.

FONTE: Hoje em Dia (MG)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Morada Nova de Minas - Uma viagem ao Paraíso!




Conheça um pouco de Morada Nova de Minas, a terra do gás natural!

Gás Natural: mais uma “nova fronteira” à vista

O ínfimo desenvolvimento de bacias sedimentares, de Norte a Sul do Brasil, revela grande potencial inexplorado de gás natural.

As reservas gigantes de petróleo da camada do pré-sal sequer entraram em amplo desenvolvimento e o setor já pode estar diante de uma nova fronteira exploratória no Brasil. Agora, de gás natural. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, o país possui 29 bacias sedimentares com as mesmas características de outras regiões do mundo que apresentam grande potencial de gás natural. E apenas 4% destas bacias foram leiloadas pela ANP.

Em uma séria de notícias publicadas pelo NN, durante a cobertura da última edição do Rio Gas Forum, executivos do setor de gás natural presentes na conferência deixaram transparecer expectativa de aumento na produção no país. Na época, o superintende da ANP e geólogo, Marcelo Castilho, confirmou que a Agência investira US$ 311 milhões para preparar as 19 bacias sedimentares para leilão.

Segundo o jornal O Globo, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão disse, em entrevista, que este potencial inexplorado pode representar a autossuficiência do país em gás natural nos próximos cinco anos. Em levantamento realizado pelo jornal, dados apontam que em áreas do interior dos pais, como Mato Grosso (bacia do Parecis) e Minas Gerais (Bacia do São Francisco), o gás natural chega a borbulhar do solo (processo de exsudação). A concentração permite, inclusive, a combustão do gás.

Segundo informações do Globo, o desenvolvimento destas áreas é capaz de aumentar 360% a produção de gás no país, de 65 mi para 300 milhões de metros cúbicos, por dia, até 2027. A oferta deverá ajudar a estabilizar o preço do combustível no país. Atualmente, o gás custa, em média, US$ 16,84 por milhão de BTU, 17,3% mais caro frente à média mundial – com o avanço na produção de gás de xisto, os EUA, por exemplo, produzem o gás a US$ 2 por mi de BTU, enquanto no Brasil o custo gira em trono de US$ 8 por milhões de BTU.

Potencial para gás no pré-sal não convence executivo

Em relação à exploração de gás na camada pré-sal, o setor mostra-se mais desconfiado. Além da necessidade de reinjetar o gás no poço para desenvolver a extração de óleo, a real quantidade gás natural no pré-sal ainda é uma incógnita para o vice-presidente Comercial do BG Brasil, Marcelo Menicucci. Durante o Rio Gas Forum, o executivo disse ter “dúvidas sobre a quantidade de gás disponível” nos campos.

Fonte: Gás Brasil

Especialistas e empresários dizem que é preciso criar política para setor

Objetivo é estabelecer novo papel do gasoduto Brasil-Bolívia e preço para indústria.

Apesar do enorme potencial das reservas no Brasil, especialistas e empresas são unânimes em afirmar que o governo precisa criar uma política para o uso do gás natural e, assim, estimular o desenvolvimento de uma infraestrutura para o setor. Hoje, apenas uma pequena parte (cerca de 4%) do gás é usada como matéria-prima para a produção de fertilizantes e metanol.

- É necessário ter uma visão de integração desse gás para as indústrias. As reservas podem ser inócuas sem planejamento. Por não ter gás suficiente, o Brasil não tem conhecimento real de sua demanda. A indústria da Argentina, por exemplo, consome 50% mais gás que a brasileira - diz Marco Tavares, da consultoria Gas Energy.

Com as novas reservas, o gasoduto Brasil-Bolívia continuará em uso, mas pode ganhar um novo papel, levando o gás a regiões onde não há oferta. Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), ressalta que é importante definir o uso do combustível e oferecer incentivos às indústrias, para acelerar os investimentos. Segundo ele, para esse gás ser absorvido no mercado, é preciso planejamento.

- A política para o setor inclui ainda o preço pelo qual o governo vai ofertar esse gás. Por isso, é importante escolher os setores. Hoje, há iniciativas livres do mercado privado - diz Prado.
Com gás, Eike vai criar empresa de fertilizantes.

Com o gás no Maranhão explorado pela OGX, cujo potencial é de 15 milhões de metros cúbicos por dia - metade do que o Brasil importa da Bolívia -, a EBX, de Eike Batista, vai investir em fertilizantes nitrogenados. Para isso, Eike pretende criar uma empresa só de fertilizantes no segundo semestre. Constrói ainda, via MPX, um Complexo Térmico no Maranhão para receber o gás. Em Minas Gerais, a Petra, que tem entre os sócios o BTG Pactual, também levantará uma usina térmica.
Mas o setor tem pressa. A Petra, por exemplo, só agora começa a descobrir gás na Bacia de São Francisco, cuja rodada foi feita em 2005. E a produção deve começar apenas entre 2014 e 2015. A HRT, no Norte do Brasil, também ainda está explorando as áreas.

A urgência das novas rodadas fica nítida se levar em conta que os contratos atuais de concessão terminam no fim de 2015.

- A área em exploração no Brasil vai acabar, ficar zerada no fim 2015 e início de 2016. Ou essas áreas ofertadas viram descobertas ou elas se extinguem - destaca Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Analistas ressaltam ainda que, apesar de importante, a Lei do Gás precisa ser regulamentada. Um exemplo é o uso do gasoduto da Petrobras por outras empresas. Segundo uma fonte, a HRT, por exemplo, descobriu gás na Amazônia, mas não vai conseguir usar a estrutura da estatal. Conclusão: analisa diferentes hipóteses para usar o gás.

Segundo especialistas, o gás tem diversas aplicações, como a transformação de minérios e o uso de fertilizantes nitrogenados. Hoje, lembra Tavares e Prado, o Brasil importa 80% dos fertilizantes consumidos no país:

- É possível ainda usar o gás no lugar do carvão para gerar o aço e para processar a bauxita (que faz o alumínio). Hoje, o gás não é competitivo porque não tem quantidade suficiente. A oferta de 200 milhões de metros cúbicos por dia em 2020 será um esforço muito grande justamente pela falta de política.

Nos EUA, com mais reservas, o governo já estabeleceu a parcela que vai para as novas termelétricas. Além disso, a indústria química vem ganhando impulso, com mais investimentos.