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terça-feira, 28 de junho de 2011

Gás e Desenvolvimento


"Minas precisa, o quanto antes, ter uma política para a exploração dessa importante matéria-prima", escreve Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg).   

A descoberta de gás natural na Bacia do São Francisco abre perspectivas extremamente favoráveis para Minas Gerais e pode se transformar na redenção econômica de pelo menos uma dezena de municípios localizados nas regiões Norte, Noroeste e Alto Paranaíba, onde ainda existem bolsões carentes de recursos e economicamente diferenciados, quando comparados a outras regiões mais desenvolvidas do estado. O cenário é promissor para a consolidação de novas áreas para exploração de gás natural: as perfurações já começaram e estão adiantadas em alguns lotes, inclusive com a descoberta do combustível, ano passado, em Morada Nova de Minas. Pelo seu potencial, a Bacia do São Francisco é considerada uma bacia de nova fronteira, por ter ainda pequena atividade exploratória, e isso nos remete à responsabilidade de atuarmos – os setores público e privado – para desenvolver mecanismos adequados de exploração e defesa de nossas reservas. A primeira preocupação deve ser com a definição de estratégias capazes de transformar o gás da Bacia do São Francisco em efetivo instrumento do desenvolvimento industrial de Minas Gerais, a exemplo do que hoje ocorre com as nossas reservas de nióbio, em Araxá, e de minério de ferro, em diversas partes de Minas.

Muitas são as possibilidades – há inúmeros diferenciais a serem considerados. O desenvolvimento de projetos de gás na Bacia do São Francisco pode ser facilitado pela proximidade com grandes mercados consumidores, como Belo Horizonte e o Vale do Aço, que hoje consomem gás natural produzido nas bacias de Campos (RJ) ou do Espírito Santo, transportado por meio do gasoduto que liga a Refinaria Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, à capital mineira.

Há, de fato, que ter uma política consistente para determinar os rumos de exploração do gás, considerando que essa é uma realidade já para a segunda metade desta década, naturalmente com os desafios normais em uma indústria nascente, como é, para Minas, a do gás. Muitas questões aguardam por respostas: os problemas de interrelação com o setor elétrico; a baixa capacidade de consumo industrial; a baixa densidade de rede de distribuição; os altos preços para os clientes e excesso de oferta de gás sem utilização; a quase inexistência de cogeração industrial, que é o uso mais nobre e eficiente do gás natural; um mercado de gás natural veicular (GNV), que ocupa pouco mais de 2% do total de combustíveis automotivos; o uso incipiente de gás natural como matéria-prima, enquanto se acumulam os déficits na balança comercial brasileira de químicos e petroquímicos; e o próprio pré-sal, que se torna uma ameaça ao nosso potencial de gás natural se analisarmos que podem ser adiados todo e qualquer investimento em Minas em razão do grande volume de gás conjugado ao petróleo que o pré-sal apresenta.

Nesse cenário, o que precisa ser feito para garantir a Minas usufruir, em toda sua plenitude, do gás da Bacia do São Francisco? Como ficou claro na última reunião da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa, realizada esta semana – com a presença dos deputados Sávio Souza Cruz, Gil Pereira, Bernardo Vasconcelos e Eduardo Azeredo –, é preciso, em primeiro lugar, criar um planejamento de ações estratégicas para o desenvolvimento da indústria mineira do gás, o que passa por questões importantes. É necessário desenvolver um inventário do potencial do gás na porção mineira da Bacia do São Francisco.

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