Depois de Três Marias, por uma estrada de terra e muita poeira, buscamos a balsa em direção à Morada Nova de Minas. Logo de cara, bem na entrada, uma placa que pede providências, mostra que é preciso redobrar a atenção.
A travessia na balsa é tranquila. Vinte e cinco minutos no meio de um mundaréu de água azul e brilhante. Porém, assim que alcançamos a beirada, a a corrente é abaixada, um “salve-se quem puder” de carros em toda velocidade é um cenário assustador. Fazem isto para não ficar para traz e assim não “comer poeira”. Na correria desenfreada estão caminhões e carros de passeio, tudo misturado na poeira densa e ao contrário, cruzando com os outros, vem outros, vindos da cidade… Todo mundo correndo! Dá até pra lembrar o desenho Corrida Maluca e a música: “pegue o pombo“.
Morada (como é chamada) é um município que vive basicamente da pecuária de corte e leite. Porém, muito se fala em relação a descoberta do gás e as pessoas tem muita expectativa aos benefícios que poderão advir da exploração desta jazida. Os trabalhos já começaram. O gás mineiro, da bacia do rio São Francisco, é esperança de autonomia e desenvolvimento.
Localizada na região do Alto São Francisco, a 280 km da capital mineira, Morada Nova de Minas tem aproximadamente 8.000 habitantes. Mais de 1/3 da sua área de 2.085 km2 de terra agricultáveis foi alagada, quando da criação da barragem de Três Marias. Cerca de 18.000 pessoas deixaram suas terras.
Mas, antes de falarmos desta história, vamos passear pela cidade e tomar uma gelada no bar do Baiano, tirar a poeira da garganta e ouvir umas prosas por lá.
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