No mês de Março, o mundo inteiro comemora o Dia Mundial da água, preocupado com a preservação deste elemento vital para o planeta. Ninguém, mais que um moradense, sabe da grande influência da água em nossas vidas, especialmente aqueles que, iguais a mim, nasceram junto com a represa. Há muito tempo escrevi Porto do Acá, para mostrar que até nosso amor é regido pela água.
Obs. Há dois “projetos” de música para este poema, feitos por meus amigos Alan Augusto de Morais e Hector Barra. Caso algum músico compositor se interesse em participar de um destes projetos, entre em contato através do e-mail: lucasdonizetedasilva@gmail.com
PORTO DO ACÁ
O que está na boca do povo
foi, é ou será.
Ainda morre gente afogada
lá no Porto do Acá.
A água quer é – quem sabe?–
quem sabe nadar,
quem não sabe já é dela,
quem não sabe é dela já.
O barco é só um jirau,
oi, lá no Acá.
Ainda assim, gente afobada,
meu amor não fica lá.
A água quer é – quem sabe? –
quem sabe nadar,
quem não sabe já é dela,
quem não sabe é dela já.
Canoa gamela furada,
oi, pode virar.
Ainda assim, lá de Morada,
meu amor vem me buscar.
A água quer é – quem sabe? –
quem sabe nadar,
quem não sabe já é dela,
quem não sabe é dela já.
Mareta engole represa,
oi, pode estourar.
Agita assim, lá em Morada,
um peito sem represar.
A água quer é – quem sabe? –
quem sabe nadar,
quem não sabe já é dela,
quem não sabe é dela já.
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5 comentários:
Donizete,
Esta poesia me fez lembrar da infância em Morada Nova e com certeza vai causar o mesmo efeito em muitos leitores. O enorme pé de Acá no terreno da Igreja, ao lado um pé de Jambo e em volta, vários pés de mangas. Havia até uma espécie de manga "miniatura" (rss). Se não me falha a memória, era uma manga muito pequena, não sei o nome, que podia ser colhida mais ou menos no mês de abril (totalmente fora de época em relação às outras qualidades). O pé era rente à lateral da quadra de futebol, que naquela época era de cimento grosso, com os cantos dos quadros levantados e mesmo assim, na maioria das vezes jogávamos descalços, ou quando equipados, era calçados com o famoso Kichute. "O tempo passa, o tempo vôa..."
COMO UM ASSUNTO LEVA A OUTRO, ME FEZ LEMBRAR AS MARAVILHOSAS FESTAS DAS BARRAQUINHAS NO MÊS DE MAIO. QUANTA SAUDADE, COMO ERAM BOAS...
Lucas, Por falar em água,você é igualzinho uma maré( mareta)fica sumidinho,mas quando aparece vem, vem com tudo. Parabéns pelo poema lindíssimo que também me fez lembrar o meu tempo de criança. /abração e inté.
Não só a poesia mas os comentários postados nos leva a um passado não muito distante. Nessa viagem veio a lembrança não só das festas do mês de maio nas obras sociais, mas também a maravilhosa festa de São Sebastião que ocorria no mês de julho, tendo o ápice em seu encerramento coincidente com a Exposição Agropecuária. Banda de Música, fogueira do mastro, os leilões... Aquilo sim era festa de qualidade e não as que vemos hoje em dia. Por falar em festas de hoje em dia, acho lamentável não termos mais os desfiles na festa de carnaval, que para mim era como uma gincana e era o maior atrativo dessa festa, e o que a diferenciava das festas de outras cidades da região.
Aproveito para parabenizar o blog que vem apresentando artigos da melhor qualidade e ao mesmo tempo que nos traz notícias atualizadas, muitas vezes nos surpreende com publicações como essa do Lucas Donizete da Silva, que nos remete a um passado que tanto nos orgulha. Meu agradecimento pessoal e especial a todos que contribuem com esse maravilhoso trabalho.
Meus caros amigos, muito obrigado pela leitura e pelos comentários. Cheguei a pensar que os pés de acá tinham sido extintos, mas o Harley me avisa que eles existiam até nos quintais. Agora me lembro que o Tunico Moura ainda tem uns no quintal (além de preservar a arquitetura original de sua antiga casa). Quanto às festas de antigamente, vocês podem relembrá-las mais ainda, pesquisando aqui no blog o poema "Festas das Pindaíbas". Abraços.
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