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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Reflexões Sobre o Trânsito

REFLEXÕES SOBRE O TRÂNSITO: NO DICIONÁRIO, "TRÂNSITO" É MOVIMENTO DOS VEÍCULOS. EM SÃO PAULO, É FALTA DE MOVIMENTO. EM SÃO PAULO, UMA SETA LIGADA, ANUNCIANDO INTENSÃO DE MUDAR DE FAIXA, ACIONA OS FREIOS DOS CARROS QUE VÊM ATRÁS. EM BELO HORRORIZONTE, ACIONA AS BUZINAS E OS ACELERADORES (INCLUSIVE DO MEU CARRO, QUE MORRE DE MEDO DE LEVAR UMA BATIDA NA TRASEIRA). EM BRASÍLIA E PARACATU, UM TRANSEUNTE NA FAIXA DE PEDESTRES ACIONA OS FREIOS DOS VEÍCULOS. EM BELO HORRORIZONTE, ACIONA OS ACELERADORES. E, DESTA FEITA, SEM AS BUZINAS. AGORA, COM MAIS UM FERIADÃO SE APROXIMANDO, AO INVÉS DE ACIONAR OS "BUTECOS", COMO É FEITO PELO BRASIL AFORA, O MELHOR É ACIONAR AS OFICINAS DE REVISÃO, ASSIM COMO FEZ O PERSONAGEM ABAIXO QUE, JUNTANDO A VONTADE DE NÃO IR EMBORA COM A PREVENÇÃO E A PRECAUÇÃO, FICOU MAIS UM DIA EM MORADA NOVA DE MINAS. (Isto é, também, uma homenagem ao veterano mecânico Ranulfo e seus filhos, Roni e Rômerson, da Mecânica Moura, em BH).
TEM CADA UMA QUE PARECE DUAS
Já contara muitas vezes. Mas contava de novo, sempre que alguém quisesse escutar. Ou quando tinha ouvinte novo. Dizia que pra platéia nova, caso velho tamém serve. Que uns acreditavam, outros não. Mas que isso não importava. Que o importante é que tinha que ser contado.
E que tem coisa que, sendo contada, ninguém acredita. Mas é divera. Ou pelo menos já foi repetida o suficiente pra ser.
Então sempre repetia que uma vez tava lá em Morada e, quando chegou o domingo, na hora de vir embora, pegando o asfalto pra Biquinhas, começou um barulhinho – tiac, tiac, tiac – numa das rodas do carro. Aumentava a velocidade, o barulhinho repetia mais depressa; diminuía, ele baixava. Pusera a cabeça de fora pra assuntar, escutar, mas não dava pra atinar. Nem o que era, nem ni qual roda. Mas era na frente. Parecia que era. Tinha até parado. Apeado do carro. Olhado as rodas. Da frente. De trás. Nada. Não deu pra descobrir nada. O jeito foi voltar. Sabe como é, né! De Morada a Belorizonte, é perigoso viajar sem ter certeza.
É, é muito longe, uns trezentos quilômetros. Tinha que procurar um mecânico. Mas era domingo, tava tudo fechado. Tinha informação de um mecânico que morava do lado da oficina, lá pras bandas da saída da balsa, e que costumava atender fora de hora. Era verdade. O mecânico tava até almoçando ainda. Mas até largou o prato pra atender. Dera uma volta com o mecânico junto. O barulhinho lá, mas o mecânico não conseguia escutar.
Isso, ali só tem rua calçada. Carro já meio velho, batendo, faz uma barulheira danada. E o mecânico não sabia qual barulho era...
Pois é, tinha que ser no asfalto. Passando pr'uma rua asfaltada, nada, o mecânico não viu nada. Então levantou o carro, rodou as quatro rodas. Nada. O jeito foi tirar as rodas pra ver os rolamentos. Só tinha um, na traseira, que tava meio bambo. Nada muito sério não, além do mais tava encafifado que o barulho era na frente. Mas era a única coisa diferente ali. Normalmente, rolamento só é trocado quando quebra. Mas aquele já tava pifando mesmo, talvez fosse até mais seguro trocar antes que ele quebrasse. Podia ser no meio da estrada. Fora de hora. Foi trocado. Pagamento caro.
É... quando é assim, o mecânico acaba cobrando pela emergência, né? Colocadas as rodas, tinha saído de novo. Chegando no asfalto, olha o danado lá. E agora tinha certeza, era na frente. De volta pra oficina... O mecânico levantou o carro de novo e, já desacorçoado, resolveu dar uma olhada com mais cuidado nos peneus da frente. E não é que tava lá! Era um coquinho, assim, preso na ranhura do peneu.
É, tinha que ser pequenininho. E era bem. Um daqueles coquinhos amarelinhos, quase vermelhos.
Isso, daqueles mesmo. Gostosinho.
Isso mesmo, de licuri. Já tava com quase a metade comida. Se andasse mais um pouquinho, aquilo ia roer tudo e parar de fazer barulho. Mas, preocupado com a viagem, tinha preferido gastar. Parecia absurdo, mas só podia ser aquilo. Ainda mais que tava de pouso na casa dos meninos do Quito e lá, no meio dos paus que têm na porta, tem um pé de licuri, que tava carregadinho de coco madurinho! Tinha mesmo até roído uns, pra matar a saudade. E tinha visto que tinha muito coquinho seco no chão. Tinha até partido uns pra comer a castanhinha. Tinha que ser aquilo mesmo.
Descido o carro, depois de tirado o coco, pé na estrada. Nada de barulho. Deu pra vir embora tranqüilo, sem nenhum problema.
Dá pra não acreditar mesmo, mas até carregava o coquinho no painel do carro pra mostrar. Quase metade gastada, assim, formando uma cuinha.
Mas é assim mesmo. Já aconteceu cada uma. Só pra você ver como são as coisas. Já aconteceu de ter um caminhão que aumentava o óleo.
Baixava... não. Subia mesmo. Estava entrando água no cárter.
Não, queimou a junta não. Vai escutando. Trabalhava com o caminhão e ele baixava o óleo um pouquinho.
Pois é, é normal. Mas um dia, olhando o óleo, porque olhava aquilo todo dia, né. E o óleo, em vez de mais baixo, tava mais alto. No outro dia, tava mais alto ainda. O jeito foi levar no mecânico e falar: olha, esse caminhão está com um defeito assim, assim, assim. E ele está passando óleo do radiador para o cárter - brincadeira. Aí, ele desmontou aquilo tudo ali. Sô, mas era um trincozinho, assim, mas mais fino que uma linha. Mas a água passa. É...
É... Era um trinquinho que, olhando assim, era a mesma coisa de ver um risquinho daqueles ali no balcão. Era preciso enxergar muito. Naquele tempo ainda enxergava um mucado. Hoje, bem menos. Mas, aquilo, na hora em que esquentava, vazava.
É, o ferro, na hora que esquenta, dilata, sabia?
...E quando o ferro aumenta, abre mais o buraco.
---oOo---

2 comentários:

Anônimo disse...

kkkk, já passei pela mesma situação, só que no meu caso era uma pedra, tipo um cascalho, escuro, que tinha grudado no pneu e ninguém conseguia enxergar. Foi a mesma luta até descobrir que não tinha defeito. Valeu como experiência. rssssssssss

Harley Moura disse...

É, Donizete, você e seus causos. rss
Imagino que muitas pessoas passam por uma situação como essa. Eu mesmo passo por isso sempre e até hoje não me acostumei. O problema é que tem um estacionamento de brita que uso constatemente e "daqui pra li" uma dessas britas gruda no pneu. Por mais que eu saiba que uma brita, sempre tenho que parar o carro e procurar até encontrar a tal pedra, pra segui ao destino somente depois de retirada.