QUEM PLANTA – COLHE
Por: Alberto Antonio de Oliveira
Recentemente visitei o Circuito Turístico do Lago de Furnas. Confesso que fiquei deslumbrado com o nível de organização e aparelhamento. Todos os municípios associados, coordenados por um gestor geral, estão empenhados em fomentar o turismo na região. Eles entenderam que possuir bons atrativos é apenas o ponto de partida. Então, arregaçaram as mangas e estão trabalhando obstinadamente para oferecer produtos e serviços turísticos de qualidade. Hoje, o circuito já conta com excelente infra-estrutura, uma linda cidade pólo, luxuosos hotéis e pousadas, roteiros bem elaborados, belas praias, bons ancoradouros, gastronomia variada e de qualidade, calendário de eventos regional diversificado, produção de um rico artesanato e, em todos os municípios, atendimento vip ao turista. Enfim, tudo com muito profissionalismo e de primeira qualidade.
Lá, eles apreenderam rapidamente o verdadeiro significado de um Circuito Turístico, ou seja, um conjunto de municípios próximos, caracterizado pela predominância de certos elementos da cultura, da história e da natureza, com possibilidades de atrair e seduzir turistas. Neste sentido, dotaram, estrategicamente, a identidade e o associativismo entre os municípios para somar os atrativos, equipamentos e serviços turísticos, com o objetivo de enriquecer a oferta turística, ampliando as opções de visita e a satisfação do turista. Assim, conseguiram aumentar o fluxo e permanência dos visitantes na região e, conseqüentemente, geração de emprego e renda para a população local. Resultado: lá a indústria do turismo está produzindo riquezas.
De volta a Belo Horizonte, fui pesquisar a situação do Circuito do Lago de Três Marias. Fiquei desapontado. Apesar de possuir belos atrativos naturais e potencial turístico tão bom quanto o Circuito de Furnas, o nosso Circuito ainda não decolou. Dos nove municípios associados (Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Martinho Campos, Morada Nova, Paineiras, Pompéu, São Gonçalo do Abaeté e Três Marias) apenas Felixlândia, Morada Nova de Minas e Três Marias têm, de forma isolada, tomado algumas providências no sentido de alavancar o turismo. O nosso Circuito, como associação, está um marasmo, se resume em algumas reuniões itinerantes, tímidas participações em feiras, placas que identificam o circuito espalhadas pela região, alguns empreendimentos turísticos aqui e acolá e um Site com informações básicas e desatualizadas. Não sei quais os motivos de tamanho descaso para com o nosso patrimônio natural e cultural e de tanto desinteresse pelo turismo. No entanto, posso imaginar e calcular os prejuízos causados à região pela pouca importância dada ao segmento econômico que mais gera empregos em todo o mundo. A Sensação é de que estamos dormindo em cima de uma mina de ouro e não queremos ou não sabemos como explorá-la. Sei de todas as dificuldades em implantar um projeto dessa magnitude, mas acho que está faltando empenho, ânimo e agilidade. Sem o fogo do entusiasmo não há vitória, solução nem revolução. Lastimável!
5 comentários:
MATÉRIA MUITO INTERESSANTE SOBRE O DESPERDÍCIO DAS OPORTUNIDADES. REALMENTE NADA SE FZ PARA SE DESENVOLVER O TURISMO NO CIRCUITO DE 3 MARIAS.PARABÉNS AO AUTOR.
Alberto,
Parabéns pela matéria. Você abordou tema que mostra preocupação social, ambiental e desenvolvimento sustentável. Também já vi as placas citadas por você e faço a mesma leitura de que nada é feito para o melhor aproveitamento dos recursos naturais da região. Além do empenho, ânimo e agilidade, acho que faltam também coragem e inteligência aos responsáveis pelo Circuito Lago de Três Marias.
O meio ambiente, neste circuito, é muito especial. A geografia é caracterizada por campos, cerrado e encantadoras veredas, conhecidas como oásis do sertão. É onde se encontram as robustas e elegantes palmeiras do buriti que chegam a medir de 20 a 30 m de altura. Não foi à toa que Guimarães Rosa nelas se inspirava. Frutos exóticos como Murici, Araticum e Pequi são, ali, fartamente encontrados. http://pt.wikipedia.org
Cada municipio só pensa em tirar proveito proprio em cada situação. Enquanto não pensarem no coletivo e que juntos conseguirão melhores resultados, as coisas não vão melhorar.
Eu também acho que falta união, atitudes e pensamentos coletivos.Cada municpipio está olhando para o próprio umbigo - farinha pouca meu pirão primeiro. Esquecem de que a união faz a força e que uma andorinha não faz verão. Os perdedores são os próprios municípios e suas comunidades.
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