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segunda-feira, 21 de maio de 2012

- Dei e Dô, e Bem -

Além das mangas, abacates, goiabas, cajus, bananas, cidras, Cidas, Stelas, Fátimas, Ritas, Marias, Madalenas, Telmas, Tânias, Terezinhas e outras Zinhas - para citar só um gosto, coisa boa que Morada Nova dá são os apelidos.

Tem apelido pra todo mundo. Alguns são até uma boa recomendação: Chico Bão. Mas há outros que não recomendam muito bem o dono: Pedro Ruim (mesmo sabendo que ele era gente boa).

Tem apelido que dá até vontade na gente de ter: Bom Minino, Badalo...

Às vezes a história da origem do apelido é tão boa quanto o próprio. Às vezes, até melhor. Mas há muitos deles que não têm ou já foi esquecida a origem. É o caso do tocador de baixo da banda da terra. Ele se chama Geraldo, mas, não se sabe porque, tem o apelido comprometedor de Dei.

Outro apelido ruim de falar vem de Abaeté e tem uma história comum: é uma redução do nome. O dono dele se chama Salvador. Coloquialmente, o povo diz Salvadô. Em casa, ficou sendo Dodô. Com mais uma redução o apelido ficou mais interessante que a sua origem comum, por comprometer a todos que o pronunciam: Dô.

Imaginem se estes dois resolvessem formar uma dupla de violeiros. Quanto constrangimento para os apresentadores que fossem anunciá-los:

- Dei e Dô! Vamos aplaudir!

Uma saída seria o disc-jóquei procurar cumplicidade, comprometendo também a platéia:

- Com vocês, Dei e Dô!

Voltando ao jeito coloquial do povo falar, imaginem o sofrimento dos sobrinhos destes dois. Os mineiros reduzem a palavra Tio a um “Ti”, colado ao nome. Daí já se pode ver os coitadinhos exclamando “Ti-Dei! Ti-Dô!”

É bem verdade que tem gente que não se importa. Há até quem goste de chamá-los assim, mesmo sem ter qualquer parentesco com eles. Mas preferência é preferência e gosto não se discute. Por isso, deixem os senhores Geraldo e Salvador (uma dupla de quem não dá pra falar os apelidos) para lembrar um outro moradense de apelido complicado - o Bem.

Não se sabe a origem deste apelido, mas é certo que ele já provocou muito ciúme na mulher dele, afinal, ela tudo bem, mas toda hora vir alguém chamando-o de bem...

Estão rindo, não é? mas já pensaram que suas mulheres (ou mesmo seus maridos) também o tratam assim?

Conforme já foi dito, não é conhecida a história desse apelido, mas tem uma história que nasceu dele.

Era o casamento do Itamar da Da. Rita do Alvimar. Algumas pessoas estavam reunidas para irem juntas para a festa. Entre elas, o Manuel e o bem... Aliás, o Bem.

Este, porém, resolveu ir rompendo. Ao sair, pediu ao Manuel que avisasse aos companheiros que se encontrariam lá na festa.

Foi aí que chegou o Moacir. Fez a cortesia de cumprimentar todo mundo, pegando na mão de cada um. Conversou um pouco. Fez suas caçoadas. Ouviu uns caçoos. Riu grosso, depois disse que já tinha de ir, pois precisava pegar o bem para ir à festa do casamento.

O Manuel, atencioso como é, correu em explicar que o Bem mandou avisar que já tinha ido e ia encontrar todo mundo lá. O Moacir exclamou meio perguntando um Ah, é?, deu um risinho e ficou por ali. Daí a pouco, ele vem de novo dizendo eu já vou, pra pegar o bem pra ir à festa. Já meio encabulado, mas sem perder a finura, o Manuel tornou a repetir o recado: Ele mandou falar que já foi... Que encontra com a gente lá...

“Seo” Moacir ficou um pouco impaciente. Puxou a calça pra riba. Enfiou a mão dentro, consertando a camisa com pressa. Virou de lado e falou pra primeira pessoa que encontrou: Eu vou buscar o bem...

A esta altura, a timidez do Manuel já era vergonha. Ele ficou vermelho, pensando que ia ter que falar alto, mas não podia deixar a peteca cair. Puxou o ombro do Moacir e respirou fundo pra repetir o recado.

Não foi preciso: Seo Moacir já virou falando e esclarecendo o mal entendido:

- Eu vou lá na MINHA casa, pegar o MEU bem, pra a gente ir pra festa.

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