Que o gás existe, existe. Há décadas que os moradores da região do Remanso do Fogo assam surubim no gás que brota da terra. O que demorou foi o início da exploração comercial. Uma enorme região na bacia do rio São Francisco foi demarcada e as respectivas concessões, leiloadas. Saiu na frente um consórcio de empresas, do qual participa o Governo de Minas, por meio da Codemig. No primeiro poço, o primeiro alarde: tem meia Bolívia de gás natural no bloco 132, em Morada Nova de Minas.
A notícia deve ter levado muitos empreendedores a retirarem projetos da gaveta. Com gás, a região vai se enriquecer. Hotéis, comércio, prestadores de serviço, proprietários de terra, todos soltaram foguetes. Sinal de novos tempos, de um novo eldorado.
Ao fato, seguiu-se uma intensa prospecção de gás e petróleo pelas estradas do Norte de Minas, o que chamou mais ainda a atenção do povo. Afinal, equipes vestidas com macacões vistosos da cor laranja, como os da Petrobras, capacetes e veículos do ano, como nunca ainda se tinha visto na região, vasculharam até os rincões. Colocaram estacas a cada 50 metros, todas com um código numerado, mesmo nas estradas de mais difícil acesso. Em seguida, outra turma vinha com equipamentos de GPS e fiação, provocando sismos na terra e armazenando os dados no computador. Os operários falavam em um supercomputador, capaz de processar todos os dados, online, mas não se sabe sua localização. Na região é que não era.
É, portanto, estranho, quando agora o consórcio que descobriu a meia Bolívia de gás vem a público informar que a exploração daquela riqueza esbarra no alto custo de extração, conforme publicamos nas edições de domingo e de hoje. O consórcio chegou a solicitar mais prazo para definir pelo empreendimento à Agência Nacional do Petróleo.
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