A confirmação das dimensões da reserva de gás natural na bacia do rio São Francisco, em Morada Nova, na região Central do Estado, deve ser divulgada em 10 dias.
O consórcio, que detém direitos de exploração do poço, já encaminhou os estudos de volumetria feitos com base no material perfilado durante a perfuração, a três instituições internacionais certificadoras. Após a certificação, que valida a jazida, o volume será confirmado.
"De acordo com o levantamento já realizado, o volume de gás natural do poço é grande, mas só podemos divulgar a dimensão final após a certificação, esclareceu o diretor comerciai da Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda., integrante do consórcio que detém direitos de exploração da reserva.
Além da Orteng, com participação de 30%, o governo de Minas, por meio da Companhia de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Codemig), tem 49% dos direitos; a Delp Engenharia, 11%, e a capixaba Imetame, 10%. Os estudos de volumetria, por parte do consórcio, só foram viabilizados após a perfuração atingir o poço a 2,6 mil metros de profundidade, em meados do mês passado.
Vinhas explicou que cada integrante do consórcio tem sua cota de participação sobre o produto, Isso significa que a destinação que cada empresa dará ao gás natural, conforme sua fatia, é de total autonomia de cada integrante.
Minério — O governo de Minas, por meio do subsecretário de Desenvolvimento Minero- Metalúrgico e de Política Energética da Secretaria de Estada de Desenvolvimento Econômico (Sede), Paulo Sérgio Machado Ribeiro, já afirmou que pode destinar sua cota ao fornecimento do combustível para verticalizar a produção da nova fronteira mineraria no Norte de Minas.
As reservas estão estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério de ferro de baixo teor e, além de grandes players do setor como a anglo-australiana BHP Billiton, que já possui áreas na região, o governo do Estado assinou protocolo de intenção com a Mineração Minas Bahia Miba, que vai investir RS 3,6 bilhões nos próximos cinco anos na extração de minério de ferro.
O projeto da Miba prevê uma capacidade para produzir 25 milhões de toneladas/ano de minério concentrado. As jazidas estão localizadas entre os municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas. As operações deverão ser iniciadas em cinco anos e devem gerar 1 5 mil empregos diretos e indiretos.
Além da Miba, a Votorantim Novos Negócios (VNN), braço de venture capital e private equity do grupo Votorantim, também anunciou assinatura do protocolo de intenção com o governo de Minas. A VNN fechou acordo com a chinesa Hondbrige Holdings para finalizar o estudo do Projeto Salinas, no Norte de Minas, desenvolvido pela Sul Americana de Metais S/A (SAM).
A VNN estima uma produção da ordem de 25 milhões de toneladas de minério de ferro anuais na região. O projeto ainda compreende a construção de um mineroduto de 470 quilômetros de extensão até o Sul da Bahia para o escoamento da produção. No Estado vizinho ainda deverão ser implantadas duas pelotizadoras e no total deverão ser aportados USS 3,2 bilhões.
Novo perfil a longo prazo
A exploração de gás natural na bacia do rio São Francisco, em Morada Nova, na região Central do Estado, pode, dependendo do volume do poço, mudar o perfil da economia de Minas Gerais no longo prazo, segundo economistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.
Para o professor de economia brasileira e finanças da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Ário Mário de Andrade, a exploração comercial da reserva demandaria investimentos e tempo para a implantação da logística de distribuição do gás, mas poderia resultar na diversificação da estrutura industrial do Estado.
"A tecnologia usada para a exploração, distribuição e conversão da fonte de energia das indústrias para gás natural é intensiva e demanda investimentos. No entanto, o impacto da exploração do poço é positivo à medida em que ele pode diversificar o perfil da indústria mineira e refletir no desenvolvimento econômico e social da região", analisou Andrade.
O coordenador do departamento de economia do Ibmec, Márcio Antônio Salvato, é um pouco mais cético e acredita que o impacto da exploração de gás natural na bacia do São Francisco só será relevante na economia do Estado caso o volume da reserva seja considerável.
Impacto — "O reflexo das operações de comercialização e fornecimento de gás natural só mudariam o perfil da indústria mineira dependendo das proporções da reserva. Mesmo assim, o impacto não seria sentido no curto prazo, já que a exploração comercial depende da implantação da logística de distribuição, que, por sua vez, exige aportes e tempo", explicou.
Os direitos de exploração do bloco 132, na bacia do São Francisco, foram arrematados na sétima rodada de licitações promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em outubro de 2005. Quando foi realizado o leilão, o governo estadual informou que a demanda estadual de gás estava avaliada em 11 milhões de metros cúbicos mensais e que a oferta girava em torno de 3 milhões de metros cúbicos.
Em Minas Gerais, no leilão da ANP, foram licitados 128 mil quilômetros quadrados, divididos em 43 blocos. Deste total, 39 foram arrematados. As reservas da bacia do rio São Francisco já foram estimadas por empresas especializadas em 1 trilhão de metros cúbicos de gás. Na ocasião, além do consórcio liderado pela Orteng, também arremataram lotes a Petrobras (seis lotes), a Geobras (nove lotes), a Oil MaC (21 lotes) e a Tarmar Terminais Aeromarítimos (um lote).
Na décima rodada de licitações da agência realizada em 2008, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ficou com quatro lotes. Nesta oportunidade, dos 12 lotes que foram oferecidos, nove foram arrematados.
Fonte: Diário do Comércio, MG
O consórcio, que detém direitos de exploração do poço, já encaminhou os estudos de volumetria feitos com base no material perfilado durante a perfuração, a três instituições internacionais certificadoras. Após a certificação, que valida a jazida, o volume será confirmado.
"De acordo com o levantamento já realizado, o volume de gás natural do poço é grande, mas só podemos divulgar a dimensão final após a certificação, esclareceu o diretor comerciai da Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda., integrante do consórcio que detém direitos de exploração da reserva.
Além da Orteng, com participação de 30%, o governo de Minas, por meio da Companhia de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Codemig), tem 49% dos direitos; a Delp Engenharia, 11%, e a capixaba Imetame, 10%. Os estudos de volumetria, por parte do consórcio, só foram viabilizados após a perfuração atingir o poço a 2,6 mil metros de profundidade, em meados do mês passado.
Vinhas explicou que cada integrante do consórcio tem sua cota de participação sobre o produto, Isso significa que a destinação que cada empresa dará ao gás natural, conforme sua fatia, é de total autonomia de cada integrante.
Minério — O governo de Minas, por meio do subsecretário de Desenvolvimento Minero- Metalúrgico e de Política Energética da Secretaria de Estada de Desenvolvimento Econômico (Sede), Paulo Sérgio Machado Ribeiro, já afirmou que pode destinar sua cota ao fornecimento do combustível para verticalizar a produção da nova fronteira mineraria no Norte de Minas.
As reservas estão estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério de ferro de baixo teor e, além de grandes players do setor como a anglo-australiana BHP Billiton, que já possui áreas na região, o governo do Estado assinou protocolo de intenção com a Mineração Minas Bahia Miba, que vai investir RS 3,6 bilhões nos próximos cinco anos na extração de minério de ferro.
O projeto da Miba prevê uma capacidade para produzir 25 milhões de toneladas/ano de minério concentrado. As jazidas estão localizadas entre os municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas. As operações deverão ser iniciadas em cinco anos e devem gerar 1 5 mil empregos diretos e indiretos.
Além da Miba, a Votorantim Novos Negócios (VNN), braço de venture capital e private equity do grupo Votorantim, também anunciou assinatura do protocolo de intenção com o governo de Minas. A VNN fechou acordo com a chinesa Hondbrige Holdings para finalizar o estudo do Projeto Salinas, no Norte de Minas, desenvolvido pela Sul Americana de Metais S/A (SAM).
A VNN estima uma produção da ordem de 25 milhões de toneladas de minério de ferro anuais na região. O projeto ainda compreende a construção de um mineroduto de 470 quilômetros de extensão até o Sul da Bahia para o escoamento da produção. No Estado vizinho ainda deverão ser implantadas duas pelotizadoras e no total deverão ser aportados USS 3,2 bilhões.
Novo perfil a longo prazo
A exploração de gás natural na bacia do rio São Francisco, em Morada Nova, na região Central do Estado, pode, dependendo do volume do poço, mudar o perfil da economia de Minas Gerais no longo prazo, segundo economistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.
Para o professor de economia brasileira e finanças da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Ário Mário de Andrade, a exploração comercial da reserva demandaria investimentos e tempo para a implantação da logística de distribuição do gás, mas poderia resultar na diversificação da estrutura industrial do Estado.
"A tecnologia usada para a exploração, distribuição e conversão da fonte de energia das indústrias para gás natural é intensiva e demanda investimentos. No entanto, o impacto da exploração do poço é positivo à medida em que ele pode diversificar o perfil da indústria mineira e refletir no desenvolvimento econômico e social da região", analisou Andrade.
O coordenador do departamento de economia do Ibmec, Márcio Antônio Salvato, é um pouco mais cético e acredita que o impacto da exploração de gás natural na bacia do São Francisco só será relevante na economia do Estado caso o volume da reserva seja considerável.
Impacto — "O reflexo das operações de comercialização e fornecimento de gás natural só mudariam o perfil da indústria mineira dependendo das proporções da reserva. Mesmo assim, o impacto não seria sentido no curto prazo, já que a exploração comercial depende da implantação da logística de distribuição, que, por sua vez, exige aportes e tempo", explicou.
Os direitos de exploração do bloco 132, na bacia do São Francisco, foram arrematados na sétima rodada de licitações promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em outubro de 2005. Quando foi realizado o leilão, o governo estadual informou que a demanda estadual de gás estava avaliada em 11 milhões de metros cúbicos mensais e que a oferta girava em torno de 3 milhões de metros cúbicos.
Em Minas Gerais, no leilão da ANP, foram licitados 128 mil quilômetros quadrados, divididos em 43 blocos. Deste total, 39 foram arrematados. As reservas da bacia do rio São Francisco já foram estimadas por empresas especializadas em 1 trilhão de metros cúbicos de gás. Na ocasião, além do consórcio liderado pela Orteng, também arremataram lotes a Petrobras (seis lotes), a Geobras (nove lotes), a Oil MaC (21 lotes) e a Tarmar Terminais Aeromarítimos (um lote).
Na décima rodada de licitações da agência realizada em 2008, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ficou com quatro lotes. Nesta oportunidade, dos 12 lotes que foram oferecidos, nove foram arrematados.
Fonte: Diário do Comércio, MG
Divulgado: GasNet
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